O quão difícil é pilotar no México? Ou você nem lembra de como é essa pista? Meio deixado de lado, o circuito Hermanos Rodriguez é complicado o suficiente a ponto de forçar o piloto a erros bem feios, principalmente nas sequências de curvas onde o carro pode ir embora. O desgaste de pneus é bastante intenso, uma prova foi o que aconteceu hoje, com várias paradas para trocas, e para reforçar a tese de dificuldades tivemos arranhões de sobra para que uns bicos ficassem pelo caminho.
Trocas intensas de posição, e um resultado individual atípico: Rodrigo Trindade estava fora. O nivelamento teve um certo equilíbrio com isso, permitindo que Gerson fizesse sua melhor corrida, desta vez completando em segundo lugar, mas claro, paradas antecipadas acabaram lhe tirando a chance de vencer, uma vez que Francisco precisaria parar. Isso é outra história. O fato que interessa é que foi longe na corrida e se manteve longe de encrencas, grande evolução que deve permanecer por essas bandas.
Já na parte um pouquinho mais baixa, tínhamos Vinicius e Matheus disputando absurdamente uma terceira posição, mas antes dessa disputa eles já haviam protagonizado uma largada muito eficaz sobre Francisco, só que neste caso o piloto da Mercedes conseguiu manter a posição conquistada, e Matheus teve de lutar muito mais, contra seus adversários, suas punições, e contra ele mesmo. É um piloto fabuloso, rápido, arrojado, e não tem medo de forçar, mas em algumas vezes tem forçado além do limite, e hoje ficou fora na reta final mais uma vez por imprimir um ritmo muito agressivo em pontos que deveria ser mais inteligente. Tinha tudo para ser o melhor da prova, mas não foi. O bom mesmo é que vai amadurecer a ideia no futuro, com certeza.
Ficou com Francisco a missão de carregar a vitória, e ser o melhor piloto, mesmo sendo campeão antecipado ele ainda busca nas estratégias, avalia seus oponentes de frente e mesmo não tendo mais nada a perder, ainda nem sequer pensa em perder, desenvolve ultrapassagens de mestre, briga desde o fim o meio do pelotão, se recupera, e mesmo com pneus ‘’no aro’’ ainda imprime uma tocada forte e carrega a Sauber para casa. Não foi campeão à toa, e pera Gerson, Matheus e principalmente Francisco, não importa a circunstância, bons pilotos sempre buscam a vitória.
Mauricio Klippel