Respire fundo… O ar foi completamente perdido no Bahrain

Já tem um tempo desde que não via tantas reviravoltas numa corrida só, sim, já tivemos viradas incríveis em outras categorias, mas essa merece um destaque especial. Confesso que foi difícil até mesmo de acompanhar o frenesi da prova, e como a palavra mesmo diz, é um estado de exaltação e até mesmo violento, claro, nas suas devidas proporções, mas também não foi nem de longe calmo, mas nem de longe mesmo. Trocas de posições de formas muito fáceis até, para o espectador é algo que enche os olhos, já a pista incrível do Bahrain é de alta, tem longas áreas de escape e permite erros. Porém no que diz respeito aos pilotos, essas trocas constantes não são tão boas assim, vejamos os dois lados da moeda.

A parte ruim disso, é que me mostra a falta de consistência em alguns, estratégias deixadas de lado e corridas perdidas por erros bobos, são ótimos pilotos eu sei, alguns melhores que outros, os que os tornam ''sensação'', mas não são isentos de culpa. Se algo nos permite errar não quer dizer que devemos dar chance a estes erros, isso não acontece no modo virtual apenas, mas no real em muitas vezes. Campeonatos assim precisam de cuidados peculiares, treinos e estudos gerados dentro do tempo de cada piloto obviamente. Você será campeão se reclamar menos e se dedicar mais.

Felizmente isso pode ser reparado, e as partes boas foram muito mais evidentes. Dentro do solo do Oriente Médio vimos pegas alucinantes, que para mim já começou com a pole de Guilherme Belini na Williams. Batida na largada, enrosco no fim do pelotão, isso é sinal de agressividade, vontade, mas por favor, nada de exageros. O próprio Belini fez uma bela prova, mas jogou na lixeira a chance de faze-la ser perfeita, justo quando Cataldo que era líder do campeonato até então, bate na volta cinco, e ele tinha o mundo a sua frente... na verdade ele descobriu que não era o mundo, era um meteoro, do qual passou a prova toda tentando desviar. Fica sem bico, para antes, cai muito no grid e ainda assim recupera tudo, digno de palmas, impressionante mesmo. Mas... na penúltima volta, a dispersão toma conta e ele roda. Fim da linha. SE LIGA BICO DE LUZ!! Ditado velho, mas eficaz. Dessa vez, por tudo o que fez leva meu voto de melhor da prova, uma vez passa.

Daniel Furini e Rafael Chaves, esses sim, muito consistentes a prova toda, mesmo com tantas trocas de posições mantiveram a estratégia e arrebentaram, ótimos pilotos que vão evoluir ainda mais. Mas o vencedor foi um tal de MauroEU, de: Eugênio, isso, vencedor cheio de méritos e que sabe aproveitar as oportunidades, que pela primeira vez põe uma Mercedes no pódio. Fez paradas estranhas é verdade, mas segundo ele mesmo, foi estratégia, e se ela te lhe trouxe a vitória, não existe o quer contestado. Que sirva então de experiência e que ganhe moral para evoluir a cada prova. Perderam o fôlego na pista, e eu perdi o meu aqui tentando contar tantas histórias. Avante com essa categoria tão rica.

Mauricio Klippel