Suzuca é fantástica, pista que todos os brasileiros gostam, junto dela vem as recordações das grandes vitórias que por lá foram brilhantemente vencidas. Imagine então para os pilotos da Liga, que sem assistência alguma precisavam mostrar braço forte na etapa do hardcore, um desafio e tanto não? Sim, com toda a certeza que sim.
Apesar de poucos pilotos se arriscarem no hardcore, os que aqui correram fazem por merecer. Pense em guiar sem ajuda alguma, nem traçado na pista nem aviso de freadas, é, não tem nada que console e diga que é moleza. Rodrigo Trindade, Rafael Irineu, Bernardo Fernandes, Jader Júnior e Fernando Muniz, foram estes os nomes de peso que fizeram da corrida um lugar para ser feliz, não para mim, para eles. Suzuka sedia a F1 desde 1987, mas a deixou em 2007 e 2008, dando lugar a Fuji, e retornando em 2009. Foi palco de 11 títulos de pilotos da categoria, sendo eles Senna e Prost, entre os outros tantos. Mas porque estou dizendo tudo isso? É que o hardcore é o que mais se assemelha ao real, dadas claro, suas proporções, o limite dos pilotos vai ao um nível altíssimo, onde qualquer erro é fatal.
O menino Rafinha vinha afiado, como sempre briga muito, mas sempre tem um tal de Rodrigo pela frente. Se respeitam muito, hoje não foi diferente, mas a briga é sempre grande. Ele chega em 2º, mas nada que tire de sí o mérito, afinal chegou a frente de caras que também não brincam em serviço, acredito que esta corrida tenha o colocado de vez não só como promessa, mas como um piloto de respeito entre seus companheiros.
Muitos brasileiros já venceram no Japão, e no on-line, mais um queria continuar batendo seus records de vitórias particular. Existe um crescimento gigantesco na forma de pilotar de Rodrigo, como um foguete ele vem encontrando sua forma ideal, não a toa fez a pole, largou muito bem e ninguém mais o viu. Soberano, vai ser difícil bater seu ritmo, não que não tenham pilotos capazes, temos de sobra, mas para isso eles também precisam se encontrar, Rafinha é um dos favoritos a isso. Mas quem venceu a terceira prova seguida tem o direito de comemorar, é para poucos. Ele jamais escondeu sua preferência em andar sem ajuda, isso acaba o colocando em enorme vantagem. Não é fácil acostumar com isso, e enquanto os outros se acostumar a deixar a assistência, Rodrigo se acostuma com as vitórias.
Mauricio Klippel