Foi na ponta dos dedos

Assim como disse um dia Galvão Bueno, Thales segurou no braço e desbancou a Sauber

Depois de vermos uma corrida completamente sem graça no campeonato real, hoje pudemos acompanhar uma disputa totalmente diferente. Ao contrario de lá, aqui os pilotos entraram de cabeça, de sangue nos olhos e sem a apatia que ronda o circuito por ter uma reta curta, e poucos pontos de ultrapassagens. Pista difícil, curvas de alta velocidade e cada erro custa caro, isso decorre também de os muros serem muito próximos, e logico, a tensão e a atenção aumentam.

Vendo a Pole Position ter o mesmo dono das ultimas etapas já se notava aquele certo descontentamento, em que, ‘’puxa, Francisco vai largar na frente outra vez’’. E largou, justamente por ser um excelente piloto, e que não costuma brincar em serviço. Então, caberia a alguém desta vez tomar peito e andar de igual para igual com ele. Já na largada ele acaba abrindo muito, e sem muito tempo de prova abre volta atrás de volta mais rápida, porém, aquela HASS, aquela própria de um tal de Thales resolveu fazer o mesmo, e logo tínhamos uma corrida muito diferente e cheia de emoção, até o resto do pelotão aderiu a isso, e tivemos ultrapassagens e brigas incríveis.

Alex, Lipe, Diego, fizeram pegas ótimos, se tocando, passando e mostrando que o espirito da F1, não deve ser encarnado somente por quem vence ou tampouco por quem disputa títulos, mas por todos, afinal estão ali por amarem velocidade, e de que adianta somente andar, é preciso disputar, e disputar com responsabilidade, e isto senhores eles fazem muito bem. A disputa entre Thales e Francisco foi coisa de gente grande, assim que a HASS conseguiu se aproximar foi um verdadeiro inferno para o veterano Francisco segurar sua SAUBER na frente, as zonas de DRS ajudaram e muito Thales e protagonizaram um espetáculo aos nossos olhos. Ele tirou o que podia a cada volta, e mesmo assumindo a ponta, e tendo que parar, foi sempre a intensidade que passou em suas pilotagens, um não deu folga ao outro. Quando a punição chegou a Thales, Francisco estava a menos de três segundos dele, então, se assim continuasse sem aumentar seu tempo de pista Thales perderia. Mas como a gangorra era grande, Francisco também recebeu punição, e no final das contas tudo dependeria do braço de cada um. Foi um buscando e trocando posições com o outro até a última volta literalmente, e se houvesse mais quinhentos metros tudo mudaria outra vez. Rondam pelos nossos ouvidos algo sobre picuinhas internas entre pilotos da mesma equipe, e levando em conta o que vem fazendo no campeonato isso literalmente não é bom, afinal, quem perde são eles, e nestes casos mesmo que virtualmente se carrega o nome de uma equipe, eles não andam sozinhos. Correr é bem melhor que apontar dedos.

Enfim, valeu tudo por aqui, alguns nem dormirão direito hoje!, Mas como diria um cara: HAJA CORAÇÃO AMIGO!!

Maurício Klippel