MUNDIAL F1 ORION - ETAPA 12 GRANDE PRÊMIO DA HOLANDA - SEASON 03
Vamos chamar de: absurdo! A maior lição de todas
Estão sobre a mesa, por mais uma vez as credenciais de Gerson Bolha estão postadas e bem visíveis para quem quiser algum tipo de inspiração. Numa prova onde ele nem sequer poderia ter sido citado o completo oposto acontece e o mesmo acaba se tornando o grande protagonista da Orion no circuito holandês. Cabe ressaltar que este seu protagonismo foi daqueles que carregam uma grandiosidade tão expressiva que nos derrubam o queixo ao compararmos o início desastroso que teve e a forma como chegou ao lugar mais alto do pódio.
Sim, podemos e vamos chamar de absurdo o que fez Gerson Bolha na noite de 01 de junho.
Antes dele, um tal de Sandro Oliveira brilhou senão da mesma forma, muito parecido, aliás, Sandro me parece ter encaixado seu jeito de pilotar com o que pensa em execução na pista, as coisas estão dando muito certo para ele, e por isso mesmo é que de longe nos mostrou sua melhor atuação desde que estreou na Reality. Sendo um piloto de fato, confiante, com estratégias bem formuladas e aproveitando o que o seu carro lhe oferecia de bom, e neste caso foi a equilibradíssima Racing Point, que caiu como uma luva. Noite inspirada, que seguramente tem como alicerce algum tempo de preparação, fora a experiência.
Sandro liderou a prova por 57 voltas, e não fosse o acontecimento extraclasse de Bolha, uma vitória lhe sorriria sem sombra de dúvidas. Ele faz uma largada sensacional e “simplesmente” mantém o ritmo forte, aquele que segura o pelotão bem longe, foi perfeito, inclusive até mesmo na hora da disputa derradeira com Gerson, onde ele joga duro, porém com a consciência de que Bolha estava bem mais rápido. O bom senso também faz parte de um excelente piloto.
Não esquecendo do grande nome da noite mas sim, deixando o melhor para o final, Gerson faz o absurdo, o impensável, principalmente porque já vimos tantos pilotos abandonarem em decorrência de problemas na largada, ou “largar mão” da prova por não se ver mais em condições de disputa que, conforme as voltas foram acontecendo os nossos olhos foram arregalando. Bolha ficou travado no tiro de início, completamente parado, e em função disso acabou saindo com 20s de atraso, um desastre, que não poderia ser pior, mas foi, quando caiu da sala e assumiu o carro somente na volta seis.
À partir de seu reingresso as coisas mudam totalmente de figura, ele imprime um ritmo na Renault tão forte que em poucas voltas consegue galgar muitas posições, isso de maneira cirúrgica, sem erros ou ansiedade para chegar a algum lugar. Foi volta a volta, contando friamente com as 72 que lhe cabia e um Safety Car, sem falar principalmente do fator evolução que é nítido como tem crescido como piloto e claro, sua capacidade de leitura de prova. Tudo parecia perdido, pelos problemas e pelo que fazia Sandro na primeira posição.
Parecer nem sempre é ser.
Setor após setor nós acompanhamos um piloto fazer aquilo que muitos deixariam para trás, é que faço questão de retomar: sair da última posição com muito tempo de atraso, perder conexão, retomar e chegar na volta 57 forte o ciente para encostar no cara que estava fazendo uam prova perfeita e mesmo assim ultrasuficiente para passar o até então grande nome da prova. E passou, elegantemente por fora, com briga evidentemente, só que com a classe de dois grandes respeitadores das regras, que são.
Nem a chuva e nem os desgastes de pneus impediram Gerson de vencer. A volta 67 foi o momento certo, o ponto de adiantamento sobre a pista já escorregadia. Perfeito. Os demais pararam depois, voltando atrás, e absurdamente Gerson Bolha ainda acaba vencendo com uma vantagem de 12s de diferença, sensacional.
Diante do absurdo de Bolha, fica então registrada a dica rápida e até meio batida, mas que vale de lição para muitos: reclame menos das situações de prova e extra-prova e foque mais no que depende de você. Na sua corrida e ponto.
Se essa não foi a maior lição de todas, não sei o que poderá vir a ser.
CLASSIFICAÇÃO:
RESULTADO:
Piloto destaque:
Piloto da corrida:
Não terminaram
Por Mauricio Klippel